sexta-feira, 16 de março de 2012

Qual a importância do Ensino de Física?


O Ensino de Ciências, especificamente da Física, durante a formação básica do aluno apresenta como meta principal a preparação do aluno mediante aos desafios que o mesmo poderá encontrar posteriormente à sala de aula, principalmente em seu dia a dia.  
A Física deve contribuir para a constituição de uma cultura científica básica na formação do aluno permitindo que, a partir destes conhecimentos, o mesmo possa compreender fatos e fenômenos naturais além da relação homem-natureza.
É de conhecimento coletivo que todos nós cidadãos estamos  mergulhados em um cenário onde o avanço científico e tecnológico a cada dia apresenta novos aparatos e conhecimentos que em grande maioria podem ser considerados (e ingenuamente vistos) como a personificação do progresso. 
Computadores com tecnologias cada vez mais avançadas, celulares cada vez mais modernos, aparelhos de televisão que tentam cada vez mais a perfeição na transmissão de suas imagens e sons, carros cada vez mais equipados, cirurgias cada vez mais ousadas e invasivas em busca de curas antes inimagináveis entre outros exemplos, induz a todos para a idéia de que o progresso está acontecendo cada vez mais rápido. Será verdade essa afirmativa? O progresso realmente está ligado ao número cada vez maior de tecnologias atuais apresentadas à população como algo extraordinário e que revolucionará a vida humana? A sociedade entende a importância do conhecimento científico e tecnológico para suas próprias escolhas referentes a esse mundo atrativo, que a cada dia se torna mais brilhante e bonito diante dos olhos consumidores de cada um? Como o Ensino de Ciências ou de Física podem responder a questões dessa natureza?
 Diante de tais questionamentos, a idéia de que o Ensino de Física é algo distante da vida cotidiana do aluno ou sem aplicabilidade na solução de problemas do seu dia a dia dá lugar ao entendimento da importância desta Ciência para a formação cidadã do indivíduo, tornando o seu ensino totalmente voltado para a formação de um futuro cidadão contemporâneo, ativo e instrumentalizado, com capacidades de intervir e participar da realidade em que está inserido. Essa Ciência deve ser ensinada com o objetivo de formação crítica do aluno, a partir do desenvolvimento de competências e habilidades que o possibilitem tomar decisões e fazer escolhas responsáveis sobre diversos assuntos que terão aplicações diretas em sua vida e na sociedade.
A Física não pode ser vista como um conteúdo que possui um fim em si mesmo, mas sim como instrumento na compreensão do mundo como um todo.
 A partir desses apontamentos, para que o Ensino de Física se torne realmente significativo para a formação do aluno, torna-se necessário uma reestruturação do currículo de Física e uma melhor formação dos futuros professores mediante novas propostas de ensino, objetivando assim formar cidadãos cientificamente alfabetizados e que tenham a capacidade crítica de opinar e tomar decisões diante de assuntos importantes que abordem Ciência e Tecnologia. Dentro dessa proposta de Ensino de Ciências reformulado e significativo, surge um conceito que vai de encontro com estes objetivos, a chamada Alfabetização Científica e Tecnológica  (ACT) .
Seguem sugestões de textos para o entendimento de  ACT e sua importância para o Ensino de Física/Ciências em geral.



Nascem os estudos sobre currículo: as teorias tradicionais



O texto que dá nome a esse post foi utilizado como texto de referência para as discussões em sala sobre teorias curriculares. 
O texto inicia com uma verdade: As discussões sobre currículo sempre estiveram presentes  entre os educadores mesmo antes de um campo de estudos cujo nome fosse currículo surgisse na história da educação.
Em 1918, Bobbitt escreve o livro que iria marcar o Currículo como campo especializado de estudos e moldar a educação das massas:" The Curriculum 
Neste livro, Bobbitt propunha que o sistema educacional funcionasse como uma empresa industrial ou comercial, em que os objetivos a serem alcançados estivessem muito bem definidos e assim como estes, o caminho para alcançá-los, além de formas de mensuração que prmitissem precisar se estes objetivos realmente foram alcançados.
Contrapondo a ideia de Bobbitt, surge s vertente progressista de John Dewey que objetivava a democracia e um olhar especial para os interesses e vivências dos jovens.
 A vertente de Dewey não teve tanta força durante o século XX como a de Bobbitt que era tecnicista  via o Currículo como organização burocrática, visto que as finalidades educacionais eram dadas pelas exigências profissionais da vida adulta e o ensino funcionava como um processo de moldagem.
Esse modelo de Currículo tecnicista se consolida com a publicação do livro de Ralph Tyler.
É importante mencionar que tanto os modelos tecnicistas de Bobbitt e Tyler quanto o modelo mais progressista de Dewey consituíram uma forma de reação ao modelo classimo humanista de Currículo cujo os objetivos eram inserir os estudantes ao repertório das grandes obras literárias e artísticas das heranças clássicas grega e latina, incluindo o domínio das respectivas línguas.

Sobre Currículo:

Currículo = caminho, trajetória, percurso!
Quando se pensa em Currículo dentro do campo educacional, diversos fatores estão atrelados a seu significado e com eles muitas dúvidas e discussões.
Existem três perspectivas de Currículo: o Currículo prescrito, o Currículo experenciado e o Currículo oculto.

O Currículo prescrito é o chamado Currículo oficial. O documento registrado com as diretrizes que conduzem o professor a alcançar o objetivo educacional destinado a determinada fase.

O Currículo vivido vem da experiência em sala de aula, da troca entre professor-aluno, aluno-aluno, escola-aluno. Responsável pela formação ética e de valores a partir da relação com o outro.

O Currículo oculto, como o próprio nome diz, acontece sem mesmo os envolvidos terem a consciência de sua realização. Através da postura do professor, conduta, vestes, modo de olhar, modo de se tratarem, entre outras atitudes envolvendo a relação em sala de aula, muitas mensagens são transmitidas e aprendizados acontecem nessa troca de informações implícitas. O que se aprende no Currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações.
 A partir do momento em que os seres adquirem consciência do aprendizado envolvido em suas relações, o currículo oculto transforma-se em vivido, com a formação de valores e referenciais.

O professor ao pensar em currículo, imediatamente se reporta a questões do tipo: O que quero formar? O que quero que o outro seja? O que pretendo alcançar como objetivo de meu trabalho em sala de aula?
Ou seja, ao se pensar em Currículo, somos remetidos a um campo da educação que estuda forma, conteúdo e organização.
A forma como o professor trabalha/ ou deveria trabalhar é um ponto de investigação dos estudos curriculares. Atrelada a isso, o conteúdo é investigado e sua relevância para que se atinja os objetivos da educação, e por fim, a organização deste conteúdo .

Mas para que o estudo e as discussões sobre currículo façam sentido, é necessário entender e ter a consciência da importância e do papel da educação para a formação do sujeito. Não há lógica em se discutir conteúdos, componentes currículares, formas de trabalho do professor, políticas curriculares, reformas curriculares, organização, entre outros tópicos se não são esclarecidos os objetivos a se alcançar com o ensino. 
Sendo assim: Quais os objetivos da educação brasileira? Qual a importância de se estudar Ciências/Física durante a Educação Básica? Qual o papel da escola na formação do sujeito?

É... há muito o que discutir e refletir daqui pra frente. A aventura sobre o saber e o pensar começa agora. É hora de pensar um pouco na importância e no objetivo da nossa disciplina na formação do aluno e depois ampliar essa importância para as demais componentes curriculares.
E que venham as reflexões sobre o Ensino de Física!!!

Até já ! ;)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Contagie-me Rubem Alves!

Venho me tornando uma apaixonada por Rubem Alves.

Cada vez que leio suas palavras, sinto-me segura e tomada pelo sentimento de que "as coisas podem melhorar!".

Quando começo a pensar sobre minha profissão, PROFESSORA, um misto de sentimentos toma conta de mim: pavor, desespero e de repente uma calma que faz um sorriso de canto de boca aparecer discretamente.

Não tenho tanta experiência em sala de aula, mas o pouco de contato que tive me fez ter uma certeza: Gosto de ser professora! 
Escolhi uma disciplina não muito agradável a olhos de muitos (ou será que fui escolhida por ela?), e me lembro como se fosse hoje meu primeiro dia de aula: TERRÍVEL! Cheguei com a ferradura trocada e cheia de "panca", com a estúpida ideia de que para ter o respeito de meus alunos tinha que ser "Brava!".

Imaginem só, uma pirralha de 1,60m e ainda por cima mulher... deve ser a nova professora de história! ou quem sabe língua portuguesa? inglês?

Pois é... foram essas indagações que vi no olhar desconfiado de cada "pestinha" que ali se encontrava sem ter a noção do amor que iria nascer dessa relação, sem ter a noção que conhecê-los seria algo para marcar minha vida toda.

Não preciso dizer que esse pensamento arcaico de ter que ser a "bruxa" para que me respeitassem foi por terra não é? 
Comecei a refletir sobre como atingir meus alunos e fazê-los entender o por quê de aprender...

Claro, uma resposta dessas não surge simplesmente de reflexões! 
É necessário que algo te inspire, te instigue, te faça ter a referência sobre o que refletir. Foi assim que percebi que apenas uma pergunta não era suficiente, primeiramente era preciso que eu entendesse MEU PAPEL como professora. É nesse ponto que Rubem Alves entra em cena.

Em Receita pra se comer queijo o escritor diz que "a cabeça não pensa aquilo que o coração não pede. Anote isso: conhecimentos que não são nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome: o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será servido (...) A tarefa do professor é a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno, provocar a fome... Se ele tiver fome mesmo que não haja queijo ele acabará por fazer uma maquineta de roubar queijos...

E foi justamente nesse ponto que me apeguei: Como despertar a fome em meus alunos? Como fazê-los ter vontade e desejo de aprender?
A resposta que chegue? Foi única: NÃO SEI! 

E posso garantir que essa é a pior resposta que um ser humano pode ter diante de suas dúvidas e de seus questionamentos, principalmente se forem referentes a sua profissão.

E por este motivo concluí que era necessário voltar a estudar URGENTEMENTE! Era preciso me amadurecer no que diz respeito a minha prática para que dessa forma conseguisse atingir meus alunos. 

E por que isso? Simples... Porque, como disse mais acima, não fazia ideia de como é apaixonante e gratificante ouvir: Olá professora!
Descobri um sentimento por ser professora que é novo, diferente e viciante.

Esse sentimento não surgiu do nada ou porque eu quis, mas foi despertado a partir de minha relação com meus alunos e nada mais justo que poder retribuí-los com essa mesma paixão voltada ao conhecimento (por mais que sejam outros alunos).

Para terminar... busco poder responder minhas questões e acredito que as reflexões que surgirão daqui pra frente me encaminharão para isso. 

Ah, esqueci de dizer... a matéria que me fez ter a honra de ser professora é a "Física"!. 

Daí surge a questão: Por que ensinar Física? ou mais adiante, Por que aprender sobre Física?

Isso é assunto para novas postagens. Por hoje, limito-me apenas a inserir-me como professora neste blog de reflexões e discussões.

Quem tiver o interesse em ler na íntegra o texto de Rubem Alves, segue o endereço deste na internet.

Até a próxima! ;)

 




Reflexão: O Professor e a sala de aula

"Enfim, o professor e a sala de aula:

E se olharmos a sala de aula como um local pelo qual devemos zelar?Um local de descobertas, reflexões, desejos e sonhos?
O que torna-se necessário para transformá-lo em um ambiente onde se sinta prazer em permanecer parte de seu dia?
Talvez algumas reformas, regras, escolhas, política e adaptações. Essa última porém deve fazer parte do "kit de sobrevivência" daquele que neste ambiente pretende se instalar. Toda adaptação ou encontro com o novo é difícil, causa medo, dor, sofrimento, insegurança... mas ao vencê-los torna-se pronto e com as pernas mais fortes para subir o próximo degrau da escada.
Já tentou olhar para o sol a pino em um dia de verão? Quente, brilhante, lindo, mas também desesperador em alguns momentos. O mesmo sol que queima pode aquecer, sabendo-se adaptar, ele se resume unicamente em uma palavra: VIDA!
Assim como devemos nos adaptar ao calor do sol, devem também, professor e alunos, se adaptarem um ao outro.
Ser professor é despertar a paixão pelo conhecimento, revelar sua importância pautada em objetivos, sempre com a certeza de que vale a pena lutar por cada futuro cidadão que ali se encontra.
Ser professor é mais que uma profissão, é arte, é paixão, e não simplesmente cumprimento de papéis sem emoção e sem esperança.
Não há maior política do que viver, entretanto, não há maior político que ser professor!"


http://www.youtube.com/watch?v=_OsYdePR1IU&feature=related