Venho me tornando uma apaixonada por Rubem Alves.
Cada vez que leio suas palavras, sinto-me segura e tomada pelo sentimento de que "as coisas podem melhorar!".
Quando começo a pensar sobre minha profissão, PROFESSORA, um misto de sentimentos toma conta de mim: pavor, desespero e de repente uma calma que faz um sorriso de canto de boca aparecer discretamente.
Não tenho tanta experiência em sala de aula, mas o pouco de contato que tive me fez ter uma certeza: Gosto de ser professora!
Escolhi uma disciplina não muito agradável a olhos de muitos (ou será que fui escolhida por ela?), e me lembro como se fosse hoje meu primeiro dia de aula: TERRÍVEL! Cheguei com a ferradura trocada e cheia de "panca", com a estúpida ideia de que para ter o respeito de meus alunos tinha que ser "Brava!".
Imaginem só, uma pirralha de 1,60m e ainda por cima mulher... deve ser a nova professora de história! ou quem sabe língua portuguesa? inglês?
Pois é... foram essas indagações que vi no olhar desconfiado de cada "pestinha" que ali se encontrava sem ter a noção do amor que iria nascer dessa relação, sem ter a noção que conhecê-los seria algo para marcar minha vida toda.
Não preciso dizer que esse pensamento arcaico de ter que ser a "bruxa" para que me respeitassem foi por terra não é?
Comecei a refletir sobre como atingir meus alunos e fazê-los entender o por quê de aprender...
Claro, uma resposta dessas não surge simplesmente de reflexões!
É necessário que algo te inspire, te instigue, te faça ter a referência sobre o que refletir. Foi assim que percebi que apenas uma pergunta não era suficiente, primeiramente era preciso que eu entendesse MEU PAPEL como professora. É nesse ponto que Rubem Alves entra em cena.
Em Receita pra se comer queijo o escritor diz que "a cabeça
não pensa aquilo que o coração não
pede. Anote isso: conhecimentos que não são
nascidos do desejo são como uma maravilhosa cozinha
na casa de um homem que sofre de anorexia. Homem sem fome:
o fogão nunca será aceso. O banquete nunca será
servido (...) A tarefa do professor é
a mesma da cozinheira: antes de dar faca e queijo ao aluno,
provocar a fome... Se ele tiver fome mesmo que não
haja queijo ele acabará por fazer uma maquineta de
roubar queijos..."
E foi justamente nesse ponto que me apeguei: Como despertar a fome em meus alunos? Como fazê-los ter vontade e desejo de aprender?
A resposta que chegue? Foi única: NÃO SEI!
E posso garantir que essa é a pior resposta que um ser humano pode ter diante de suas dúvidas e de seus questionamentos, principalmente se forem referentes a sua profissão.
E por este motivo concluí que era necessário voltar a estudar URGENTEMENTE! Era preciso me amadurecer no que diz respeito a minha prática para que dessa forma conseguisse atingir meus alunos.
E por que isso? Simples... Porque, como disse mais acima, não fazia ideia de como é apaixonante e gratificante ouvir: Olá professora!
Descobri um sentimento por ser professora que é novo, diferente e viciante.
Esse sentimento não surgiu do nada ou porque eu quis, mas foi despertado a partir de minha relação com meus alunos e nada mais justo que poder retribuí-los com essa mesma paixão voltada ao conhecimento (por mais que sejam outros alunos).
Para terminar... busco poder responder minhas questões e acredito que as reflexões que surgirão daqui pra frente me encaminharão para isso.
Ah, esqueci de dizer... a matéria que me fez ter a honra de ser professora é a "Física"!.
Daí surge a questão: Por que ensinar Física? ou mais adiante, Por que aprender sobre Física?
Isso é assunto para novas postagens. Por hoje, limito-me apenas a inserir-me como professora neste blog de reflexões e discussões.
Quem tiver o interesse em ler na íntegra o texto de Rubem Alves, segue o endereço deste na internet.
Até a próxima! ;)
Me identifiquei demais com o que escreveu!
ResponderExcluirAinda mais por também ser professor de matéria "demonizada" a matemática.
Realmente não se pode aprender sem que estejamos, primeiramente, dispostos a aprender.
E como provocar esse desejo de aprender?
Também não sei, mas sei que a cada aula eu fico mais próximo da resposta!
Pois é Bruno, a gente não entende muito bem como as coisas acontecem, elas simplesmente acontecem! Ser professor não é fácil, ou melhor, lidar com gente não é fácil. Entretanto, temos que ter sempre acesa a chama de que vale a pena. Mesmo naqueles dias em que tudo conspira contra você e de repente se pega questionando: O que estou fazendo da minha vida? Penso que ainda vale a pena, mas só se acreditar realmente nisso, do contrário, melhor "pôr a viola no saco" e ir tocar em outra freguesia não é?! Eu ainda estou tentando, ainda estou convencida de que vale a pena! E espero continuar assim! ;)
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