O discurso apresentado no vídeo é capaz de nos fazer refletir sobre inúmeras coisas, principalmente sobre a formação de nossos alunos.
Quando vamos a escola levamos uma bagagem de visões sobre fatos que são capazes de caracterizar quem somos. Entretanto, não podemos esquecer que esse olhar é a forma que cada um de nós enxergamos o mundo e as situações que nos são apresentadas, podendo modificar-se a partir de cada observador, de seus valores pessoais e de suas crenças. Ou seja, a sala de aula nada mais é que um cenário híbrido e heterogêneo composto por seres dotados de direitos e deveres principalmente no que diz respeito a sua postura e opinião.
Dessa forma, é importante que essas visões sejam reveladas e discutidas, mas sempre com respeito pela opinião do outro. Devemos tirar os olhos de nosso umbigo e enxergar o mundo de forma ampla, de outras perspectivas. Não é defeito se confundir, não é ruim estar errado, desde que esteja aberto a entender o motivo de seu equívoco e consertá-lo. Aprender a partir dos erros... Passo importante não só dentro da sala de aula, mas sim para a vida de forma geral.
Como Freire apresenta, o aluno não é um jarro vazio, é um ser dotado de conhecimentos que devem ser respeitados e confrontados de maneira correta para que haja aprendizado.
Como então pensar em um currículo nacional? Como igualar o ensino de forma que todos recebam o mesmo conjunto de conhecimentos se estamos falando de seres diferentes, em locais distintos com necessidades diversificadas?
Não podemos pensar em formar um conjunto homogêneo de seres com pensamentos e conhecimentos iguais.
Olhar além! Sair da caverna...
Freire é enfático ao discutir sobre o processo de ensino, pois o professor deve ser crítico, reflexivo, pesquisador e principalmente, deve saber respeitar o educando, seus conhecimentos, suas dúvidas, o ambiente em que trabalha e a si mesmo. É respeitando que se adquire respeito!
Trabalhamos na formação de GENTE! GENTE que pensa e sabe reconhecer que o outro também é GENTE e deve ser respeitado.
Freire apresenta um trecho que a meu ver é capaz de resumir tudo o que se deve pensar sobre educação, ensino, cidadania, respeito e visão de mundo. Um trecho que é capaz de nos fazer pensar sobre a história que construimos e analisá-la de modo não torná-la única, de não torná-la nossa prisão ou a venda de nossos olhos: "(...) não é minha arrogância intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a arrogância é sinal de competência, nem a competência é sinal da arrogância. Não nego a competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência da simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber, os faria gente melhor. Gente mais gente." (FREIRE, 2011, p.143)
Traduziu muito bem esse processo de gentificação do qual Freire trata tão bem e que realmente o video assistido nos remete...
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