quinta-feira, 19 de abril de 2012

Modernismo, pós-modernismo e educação: Uma rápida explanação

Segundo Tourane (1995), a ideia de modernidade  está intimamente ligada a afirmação de que o homem é o que ele faz, o que ele produz, e essa produção torna-se ainda mais eficaz com a Ciência e a Tecnologia.
O autor afirma ainda que a ideia de modernidade substitui Deus do centro da sociedade, e a atividade intelectual deveria ser protegida de qualquer influência política ou religiosa, relacionando modernidade a racionalização. 
O ser humano não é visto mais como uma criatura criada por Deus  e sim um ser social definido por papéis, status e que contribui para o funcionamento do sistema social.
A economia de mercado e as experiências culturais fazem com que seja repensada a consistência do saber e seu lugar na sociedade. Diante disso a escola e a universidade começam a ser questionadas, bem como o saber provindos delas.
A universidade deveria atender ao anseio do mercado capitalista, ou seja, produzir conhecimento científico e tecnológico que atendessem o objetivo de progresso econômico enquanto a escola básica deveria reforçar, desde baixo, a ideia de formação de mão de obra especializada que pudesse atender a esse progresso econômico bem como o consumo que também fortaleceria a economia.
Porém, não foi bem isso que aconteceu. A universidade não conseguiu sanar essa sede capitalista que exigia a produção de conhecimentos em pról do desenvolvimento econômico (aos olhos do Estado) e dessa forma passa a ser vista como fardo e fonte de prejuízos. Surge então a possível solução como tentativa de reverter o quadro: a privatização das universidades.
O discurso é que com a privatização das universidades, o investimento depositado nessa seria maior e totalmente voltado para o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia necessária para a época, ou para atender a economia, já que a ideia progressista de desenvolvimento econômico e social através do conhecimento era cada vez mais instituida. O conhecimento passa a ser negociado como produto e mais que isso, o saber passa a concentrar-se nas mãos de poucos privilegiados.
Diante desse novo quadro, começam a surgir as desigualdades intelectuais bem como sócio-econômicas. A ideia inicial de desenvolvimento econômico a partir do saber em pról de um objetivo único da sociedade como um todo começa a ser questionada, bem como a relação produção-consumo que não seguia uma progressão linear diante das desigualdades observadas.
O movimento moderno começa a enfraquecer, começam a surgir grupos com interesses distintos, surje a ideia de sujeito com suas vontades e ideais próprios e com isso, a ideia de democracia começa a ser repensada.
Inicia-se então o chamado pós-modernismo. O conhecimento antes voltado ao funcionalismo técnico para atender ao grande mercado capitalista começa a ser repensado frente aos interesses dessa nova sociedade mista, como objetivos diferenciados  e lutas em pról de valores próprios.
E como a sociedade passa por um processo de transformação histórica, a escola e a universidade, inseridas neste processo, também sofrem mudanças em seu modo de ver e conceber o saber a fim de preparar o cidadão para enfrentar o século XXI. A grande questão era: que tipo de conhecimentos esse novo cidadão precisa adquirir? Como será a sociedade e o que ela exigirá dos seus cidadãos? O que significará cidadania, democracia, sociedade?
Foi preciso repensar o currículo diante desses questionamentos bem como a relação escola-universidade, questões essas que serão discutidas na próxima postagem!
Até breve ;)

Um comentário:

  1. Vejo que usou bem o texto de Touraine sobre a questão da modernidade e os impactos do que alguns chamam de pós-modernidade no currículo. Que os questionamentos sejam devidamente expostos em nosso encontro presencial.Muito bom!

    ResponderExcluir