sexta-feira, 20 de abril de 2012

Reflexão: Currículo e poder

Não gosto muito de narrativas, prefiro textos dissertativos reflexivos pois dessa forma sinto que consigo atingir melhor o leitor com o que estou tentando escrever. Dessa forma, peço desculpas ao leitor e a professora, pois sempre que me pedirem um texto descritivo ou reflexivo sobre uma aula em específico, não descreverei os passos dados na aula, mas sim a ideia incutida a partir da mesma.
Pensar em currículo é pensar em poder já que o saber e o poder caminham sempre de mãos dadas, as vezes se bicam, mordem, beliscam, mas não conseguem viver separados. É como um casamento, e seguindo essa analogia não posso deixar de me lembrar de meu querido Rubem Alves.
Explicarei o porque de tal lembrança.
Rubem Alves ao refletir sobre o casamento ou o relacionamento de uma forma geral, diz que existem dois tipos de relação: a relação tipo tênis e a relação tipo frescobol.
A relação do tipo tênis tem como foco principal apenas um dos participantes, visto que o objetivo deste jogo é justamente retirar o outro participante da jogada. Um sempre quer se destacar, estar certo, comandar a relação e satisfazer seu próprio ego com as frases: EU FALEI!, EU AVISEI! ACEITE QUE ESTOU CERTO SEMPRE! e por aí vai...
Entretanto, existe a relação do tipo frescobol cujo objetivo principal é manter ambos partipantes na jogada, trocando entre eles o objeto principal do jogo que é a bola. Não é interessante que a bola saia de jogada a partir de uma cortada bruta, mas sim mantê-la sempre ora no lado de um, ora no lado de outro.
Completando a analogia com o jogo, Rubem Alves  diz que para um casamento ou uma relação dar certo, ela precisa ser uma relação do tipo frescobol, em que ambos participam e trocam informações, vivências, medos, valores, pensamentos, enfim...há sempre TROCA! Há sempre DOIS lados, dois partipantes que comungam do mesmo objetivo de manterem-se ligados um ao outro.
Bem, se o poder e o saber são casados (ou pelo menos possuem um contrato de união estável) a pergunta é: que tipo de relação é essa?
Quando pensamos em poder, a palavra em si apresenta um certo status. Como o poder influência no saber? E no currículo?
Ora, ter saber é ter poder! sendo o poder um substantivo ou um verbo. 
As reformas curriculares deixam claro que da mesma forma que a sociedade muda dentro do contexto histórico, o lugar do saber também é questionado visto que a escola e a universidade estão ambas inseridas nessa sociedade em constante  mudança.
Programas modernos, focando o desenvolvimento capitalista, foram inspiradores na construção de currículos voltados para o desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia em pról de um ideal progressista de desenvolvimento econômico e social. A partir do desenvolvimento destes saberes anteriores mencionados tinha-se a ilusão de que se alcançaria o progresso da nação como um todo. A escola básica tinha função de fomar um cidadão como mão de obra qualificada a fim de manter o sucesso e o desenvolvimento do País.
Mais tarde, essa visão de progresso entra em decadência ja que a linearidade entre produção e consumo não era evidente, a desigualdade socio-econômica se instaura assim como a desigualdade intelectual. A privatização das universidades faz com que o conhecimento seja privilégio de poucos.
Neste contexto, surge uma nova visão de democracia, em que o sujeito com seus valores, vontades e anseios luta por interesses de grupos pequenos. O sonho antes único no ideal moderno torna-se fatiado no pós modernismo. 
Nesse novo quadro surgem as novas propostas educacionais voltadas para esse novo cidadão crítico. O saber é revisto assim como o papel da escola e da universidade na formação desse novo cidadão, papel este que continua sendo discutido até os dias atuais: que conhecimentos são necessários para a formação do cidadão no século XXI? Como a Ciência e a Tecnologia deve ser apresentada a este futuro cidadão de modo fazê-lo compreender seus prós e contras? qual o papel do professor, da escola e da universidade? qual a relação universidade - escola no contexto atual?
Questões estas que são cada vez mais discutidas por pesquisadores e elaboradores de propostas curriculares e que, creio eu, serão sempre repensadas visto que a história muda assim como os seres imersos nessa.
E para finalizar, claro, algumas tirinhas para nos retirar alguns risos e reflexões!
Até a próxima =]










Fontes:





http://www.google.com.br/imgres?hl=pt-BR&gbv=2&biw=1366&bih=596&tbm=isch&tbnid=TSwuTOMVUSPQVM:&imgrefurl=http://tertulhas.blogspot.com/2010/09/mafalda-quantas-saudades-de-voce.html&docid=5hqm27Iyz8Q8NM&imgurl=https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9FcY3yIuIfeds3ZHx9spMVDib22AW4mpJssRBTIyNOX2BNzkpyMhseJGFXzJ7DifeTjYV8x8U9X5i6j-y2wSvUZ-9DtUFJffLM9nlh4ZN1ZO-6N4b5uDZjN9fePDSlVyijWucG9Hvxi0/s1600/mafalda03.jpg&w=385&h=438&ei=qYaRT-eCGOmy6QGUs82jBA&zoom=1&iact=hc&vpx=452&vpy=244&dur=30&hovh=239&hovw=210&tx=123&ty=74&sig=117343348323287482882&page=2&tbnh=131&tbnw=115&start=22&ndsp=29&ved=1t:429,r:2,s:22,i:120

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